Perspectivas 2010: Líderes propõem formação de aliança de redes evangélicas
01-01-2010 12:27
Perspectivas 2010: Líderes propõem formação de aliança de redes evangélicas | |||
Segundo informe distribuído pela Associação de Missões Transculturais do Brasil (AMTB), "a reunião que durou mais de 4 horas possibilitou reflexões individuais e coletivas da proposta e deu um passo à frente para a formação da aliança. “O grupo era grande e heterogênio, isso trouxe à tona muitas ideias, inclusive excludentes. Mas na diversidade havia o forte desejo que nos fizéssemos representados, ecoando em unidade a nossa voz, não para mostrar poder, mas serviço a Deus, à sociedade e à Igreja”, disse Silas Tostes, presidente da AMTB e integrante do Grupo de Trabalho formado meses antes para redigir a proposta da “Carta de Princípios” da aliança. Para Débora Fahur, da Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS), “conseguimos cumprir esta primeira etapa. O encontro cumpriu seu papel informativo, de compartilhamento e oração em conjunto”. Débora apresentou ao público o modelo de funcionamento em rede da RENAS. Serviço e representatividade A reunião foi dividida em duas partes. Na primeira os presentes puderam ouvir as palavras do pastor batista Ed René Kivitz e do sociólogo Paul Freston. Kivitz encorajou os participantes a pensarem qual seria o objetivo desta nova aliança. “Perdemos o caminho da fermentação e adotamos o caminho do glamour. Eu penso em uma rede que chame a igreja para o serviço, que ponha a toalha na mão do povo de Deus. Precisamos, não de uma rede que busque representatividade, mas sim solidariedade e serviço”, disse. Paul Freston falou sobre os contextos que envolvem a busca pela unidade da igreja. “A igreja historicamente sempre esteve desunida. Ela só se uniu quando viveu debaixo de pressões políticas, como, por exemplo, no governo romano de Constantino [no quarto século d.C]. No atual cenário mundial, o protestantismo tem desteologizado a organização eclesiástica, temos feito uma distinção entre teologia e organização eclesiástica. Isto gera um pluralismo institucional, uma fragmentação”. Para Freston, inevitavelmente os projetos de unidade serão chamados (pelos de fora da igreja) para exercerem a função de representatividade pública. “Funções públicas vão acontecer. As instâncias sociais querem saber o que os evangélicos estão fazendo e pensando. E não há interlocutor. Este vazio será certamente preenchido por alguém. Como fazer isto sem ingenuidade sociológica, mas sem perder o idealismo do Evangelho?”, pergunta. “A representatividade não é uma escolha; é uma consequência sociológica”, afirmou o bispo anglicano Dom Robinson Cavalcanti, quando houve a abertura para perguntas e comentários do público. A primeira parte da reunião foi encerrada com vários momentos de oração. Carta de Princípios Na segunda parte, os participantes foram divididos em grupos de sete pessoas cada, com o objetivo de discutir a “Carta de Princípios”, o arranjo institucional e o nome para a aliança. Antes da divisão, Silas Tostes leu e comentou trechos do documento. Ele esclareceu que esta é a quinta versão da proposta que vem agregando contribuições de diferentes segmentos. Segundo ele, a aliança também considera a possibilidade de aceitar pessoas físicas e igrejas locais para compô-la, mesmo que em diferentes categorias de membresia. O primeiro parágrafo da proposta da Carta de Princípios diz que a aliança é uma “rede que visa ser expressão de unidade de cristãos evangélicos no Brasil e de ação, reflexão e posicionamento evangélico em questões éticas e de direitos humanos”. As discussões nos grupos pequenos giraram em torno da necessidade de deixar mais clara a identidade da aliança e de ampliar a sua plataforma de ação. “A aliança quer expressar a unidade, mas com qual objetivo?”, pergunta o relator de um dos grupos pequenos. “Além das questões éticas e de direitos humanos, podemos incluir questões teológicas”, disse outro grupo. “Antes de decidir sobre a estrutura, vale a pena termos um tempo maior para pensarmos o que exatamente queremos dizer para a sociedade”, afirmou o pastor presbiteriano Ricardo Agreste. Os grupos relataram em plenário as suas conclusões que foram devidamente registradas. Os presentes concordaram que o grupo de trabalho atuante continue com a mesma composição. Considerando a rica discussão em torno da proposta, Valdir Steuernagel admitiu que ainda será preciso caminhar um pouco mais quanto à fundação da aliança. “Fica definido que a próxima reunião ainda não será a assembléia formalmente fundante. Reconhecemos a necessidade de continuarmos conversando e de aglutinar mais pessoas em torno da proposta”, finalizou Valdir. Histórico do processo 1. Reunião realizada em 10/06/09 Essa primeira reunião contou com a presença de alguns líderes e pastores evangélicos, bem como com alguns representantes da WEA (World Evangelical Alliance). A partir dessa primeira reunião se chegou ao consenso de que se deveria formar um grupo representativo para dar formato à Aliança. 2. Reunião realizada em 21/08/09 Essa reunião foi realizada com o grupo representativo e neste encontro foram estabelecidos alguns objetivos de trabalho. Além disso, foi proposta uma reunião de fundação da Aliança para o dia 14/12. 3. Reunião realizada em 23/10 4. Reunião realizada no dia 14/12 Essa reunião foi realizada com a presença do grupo representativo e de líderes e pastores evangélicos com o propósito de fundar a Aliança bem como de estabelecer metas e o nome dessa rede. |